Olá

Decidi escrever o Blog por achar, como todos que escrevem, que alguém se interessará em ler o que escrevo.

Espero que algo aqui lhe seja últi.

A vida é para ser vivida e o que pudermos aprender para melhorar nossa vivência, melhor.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Mundo Mal



De minha parte, vejo o mundo mal no qual nos encontramos sem muita esperança de ver melhorias.

Vivo num século de muitas invenções. Vivemos num período em que muita coisa foi inventada, criada, desenvolvida, aprimorada com a promessa de uma vida melhor.

Mas a tal vida melhor não acontece. Não vive. Não se torna vida. Continuamos contando suicídios pelo mundo afora. Guerras que nunca terminam. Drogas que vendem fácil. Vendem fácil porque criamos um mundo de pessoas infelizes, que para serem precisam ser dopados. Que para se alegrarem precisam desligar o cérebro. Para os quais a vida real é péssima.

É neste mundo que vivemos. Apesar de tanta novidade ainda não atingimos a completude de uma vida feliz. E dá para esperar diferente ? Pois aqueles que querem se enriquecer já entenderam há muito que o dia em que atenderem todas as necessidades da humanidade não haverá mais quem compre. E se ninguém comprar não dá pra ficar rico.

Será mesmo que o laboratório que ganha dinheiro vendendo kit para AIDS vai fabricar o remédio da cura definitiva ? Que o fabricante de celular vai parar de lançar uma novidade a cada mês dizendo que este é ainda melhor que o anterior ? Será que quando a novela acabar poderemos dormir, ou terá logo em seguida outra com histórias ainda mais importantes (?) para seguirmos ?

Será que algum dia seremos atendidos plenamente nas nossas necessidades ou sempre haverá aquilo ainda por comprar ? O que você acha que o dono do mercado prefere ?

Vejo onda de religiosos lutando vorazmente por questões religiosas. O que posso esperar do dono deste mundo ? Que ele se alie aos padrões cristãos ? Claro que não. Quando, no capitalismo, há espaço para “melhor é dar do que receber “ ? Ou ainda para “Oferece a outra face” ?

Prefiro seguir o exemplo de Jesus que não foi aos donos do mundo brigar para que estes mudassem qualquer lei ou melhorassem o que quer que fosse. Ele foi aos pobres e necessitados dizer que no Reino de Deus há esperança, e não aqui pois aqui “o mundo jaz no maligno”.

Evangelize. Fale as pessoas do Deus que nos ama e cuida de nós. O projeto do Reino é do menor para o maior. O poder corrompe. Pouco posso esperar de cima. Faça como Cristo, o melhor possível indo de um em um.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Solidão ou Individualidade

Quando um marido bate em sua esposa, escolheu o caminho mais fácil. É mais fácil impor suas idéias à força do que no diálogo e na construção do relacionamento. Sua força física – via de regra superior à da esposa – se impõe. Resta à esposa ferida a dor e a humilhação. Algumas buscam a ajuda policial, mas estatisticamente são poucas, e com resultados duvidosos.
A ameaça de violência física não é a única presente nos relacionamentos conjugais. Há ainda a ameaça econômica, onde o marido que provê lembra sempre quem coloca comida na casa. Há a ameaça de tomar os filhos. Há a ameaça de bater nos filhos se a questão não for resolvida do seu jeito. Filhos que apanham de pais que, assim, subjugam suas esposas. Há ainda a ameaça pura e simples do divórcio. A esposa que não sabe onde conseguirá se manter está presa. Ruim com ele, pior (será ?) sem ele. É o casamento que virou prisão. O castelo de fadas que se transformou em tortura medieval.
Encontramos esposas que também regem seus relacionamentos a partir da força. Força sexual, agressividade constante, agressões domésticas. Fatos menos relatados nos relatórios estatísticos, já que para os homens é mais humilhante reportar-se agredido pela esposa.
No campo do relacionamento com os filhos também encontramos facilmente a força como meio impositivo de regras de conduta e afirmação de opiniões. As crianças são o elo mais fraco na vida doméstica. Não somente porque são pequenos em estatura e força, mas pelas dificuldades que possuem em entender e expressar suas emoções. A confusão se instaura na cabeça da criança que sofre mazelas impostas pelos pais. A mãe, ou pai, que lhe é a primeira e maior fonte de amor é também o objeto de seu maior medo e muitas vezes o destino de seu ódio. Ódio que tem que ficar contido pois se colocado para fora pode fazer o amor não ser mais transmitido pela mãe. Sofrem agressões que não rebatem pois precisam ser amadas e não querem correr o risco de perder sua fonte vital de amor. Confusão pura. Dificuldade de relacionamentos. Neurores. São os futuros clientes das, cada vez mais procuradas, clínicas e consultórios psiquiátricos. Ou, na outra ponta, são os futuros clientes do sistema que se aproveita da desorganização emocional que ele carrega e o escraviza e dele se utiliza, sem que ao menos o ser humano saiba que é apenas mais uma peça da engrenagem que faz os outros terem a vida que almejam e ele nunca terá. Em outra ponta ainda, vira o drogado, o viciado, aquele que se entrega a qualquer paixão ou sopro de vida, na boate, na festa, no sexo. Um insaciável por qualquer coisa que o tire da tristeza que vive em sua vida partida entre amar, temer e odiar.
O ser humano foi criado por Deus com a necessidade da comunhão, da comunicação, da troca. Estabelecer relacionamentos é um imperativo para nós tanto quanto manter a vida, alimentar-se ou respirar. Assim como os animais possuem seu instinto que os leva a fazerem sempre as mesmas coisas, como um computador com um só programa rodando indefinidamente, assim também somos dirigidos por certos instintos dos quais fugir não é fácil. Acredito que Deus os colocou em nós para darmos pelo menos a partida no motor. Podemos dirigir o carro, mas algumas coisas tinham que já estar definidas.
Uma delas é, volto a afirmar, a necessidade de comunhão. A troca é uma necessidade básica do ser humano. A solidão um dos maiores castigos. A solitária dos presídios não apenas separa o indivíduo do convívio com outros para que o impeça de continuar a cometer delitos intra grades, mas o castiga ao não relacionamento, a conviver sem a troca. Muitos acabam falando sozinhos o tempo todo. Se prestarmos atenção também veremos aqueles que moram sozinhos pelas ruas da cidade falando o tempo todo. Há um amigo virtual, as vezes o inimigo virtual, mas há alguém. Via de regra o mendigo fala sozinho. A solidão é uma dor tremenda.
Mas viver em comunhão não é fácil. O outro é meu inferno. Quando estou sozinho posso ser eu mesmo (ou pelo menos, posso ser o mais próximo disso que consigo). Quando com outros, sou moldado às relações que se impõe na proximidade do outro. Esta limitação de meu ser nunca será gratuita. Liberdade, diziam quando eu era pequeno, era poder tocar o guarda em suas nádegas (o termo na rua é mais chulo do que isso....). Nada mais adequado numa relação com o outro que é naturalmente restritiva. Tocar as nádegas do outro é proibido, humilhante ao outro e subjulgador (pelas leituras sexuais do ocidente atual) e o guarda per figura justamente aquele cuja função é não deixar isso acontecer com qualquer pessoa, quanto mais com ele mesmo. Imagine a sensação de liberdade: fazer o proibido e justamente com o mais temido.
Mas esta liberdade não existe. O outro sempre será aquele que me limitará nas minhas ações e vontades. O viver em sociedade é prazeroso. Mas tem seu custo. Lembro das vezes que chego em casa cansado e quero apenas um banho e cama. Porém, por vontade própria, sou pai e marido. Meus “outros” mais próximos querem sair. Há uma festa de aniversário de criança. Vou passar quatro horas sentado numa mesa na festa da escola em que não conheço ninguém a não ser minha esposa. Mas o local não é adequado a conversar ou trocar olhares. É cheia de barulho dos brinquedos e crianças correndo e gritando. Salgadinhos gordurosos e palhaços insistindo que eu coloque a peruca rosa. Para mim não é o melhor fim de dia que escolhi. Preciso decidir: eu e meus desejos ou eles e seus desejos. É, eu casei, perdi minha plenitude.
Dá-se então o dilema que muitos enfrentam regularmente: viver livre das restrições impostas pela presença do outro, sofrendo no entanto a solidão, ou ter a oportunidade da troca que alivia e supre meus instintos mais profundos porém com a perda do eu mais pleno.
Penso que a vida em comunhão vale a pena a perda da plenitude do eu. Acho que a maioria esmagadora do planeta concorda – em suas próprias vidas – comigo. O problema, a questão, é o quanto estou disposto a perder de minha liberdade na proximidade do outro. O problema é saber colocar os limites que sejam firmes e claros mas ao mesmo tempo acolhedores e que não afugentem o outro. Alguns são abertos demais aos outro e não se sentem felizes pelo que passaram a ser, outros se fecham tanto em suas próprias vidas tentando manterem-se íntegros em seu ser que, rodeados de pessoas, ainda são solitários.
O marido que bate na esposa ou aquele pai ou mão que espanca o filho escolheu o seu ser antes da abertura que a conversa propicia. É mais fácil assim do que ter que lidar com o relacionamento. Poderia acontecer dele descobrir que estava errado. Poderia ter que descobrir que precisava mudar em alguma coisa. Melhor encerrar o assunto com a agressão: “não quero mudar ou ter que me adaptar à relação”.
A agressão (em qualquer área, não só física) oculta a dificuldade no relacionamento mais humano. Volta-se ao instinto natural. O mais forte – no que for – vence. Ao fraco, resta a resignação.
O forte esquece-se no entanto que a semente que plantamos um dia nasce. Que a sujeira de baixo do tapete um dia aparece. Que água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Que com o tempo, o fraco não conseguirá mais perdoar. O fraco não conseguirá mais deixar pra lá. Uma dia a semente da desunião brota em distanciamento, ou raiva, ou apatia, ou inimizade. A relação mingua ou acaba. O castelo que desmorona não o faz somente no lado da esposa ou filho, mas desmorona por completo. O sonho que vira pesadelo assim se transforma para todos os envolvidos. Não há como uma relação ser – de fato – boa para um só. O fraco, ao não se envolver mais com a mesma alegria na relação, a estraga para os dois, querendo ou não.
Já ouvi maridos reclamando da pouca atenção que a esposa lhe dá. Ou da relação sexual na qual ela não participa ativamente. Ou do filho que não lhe ouve ou não lhe conta – espontaneamente – o que aconteceu na escola. Converse com os filhos e a esposa, eu digo, e verá que motivo deve ter. O marido que chama a esposa disso ou daquilo, ofende e agride durante o dia todo não pode esperar que à noite ela seja o poço de amor que deseja, a ardência sexual com que sonha. Quando ele durante o dia plantou a distância esqueceu que a noite ela não acabaria num passe de mágica.
A solução mais fácil nem sempre é a melhor. Frase simples com a qual é fácil concordar. Difícil é lembrar dela quando o que queremos é acabar com a discussão logo e encerrar o assunto.

sábado, 20 de março de 2010

Escolher ou ser escolhida - Branca de Neve ou Mulan

Há algum tempo eu fazia parte de um grupo do Yahoo chamado "meninas de Deus" (Explico: eram meninas da Igreja Metodista do Jardim Botânico que trocavam experiências e mensagens entre si e eu fui convidado a fazer parte - mais ouvindo e orando do que participando ativamente). Um determinado dia recebi uma mensagem do grupo que associava a figura de encontrar um namorado a uma maçã. Dizia que as meninas poderiam se comparadas a maçãs que ficam na macieira até que o agricultor as colha. Coisa bonita de se pensar. O de sempre: Um príncipe encantado que iria lhes buscar para uma vida juntos, só que nesta analogia era um agricultor que escolhe a maçã.
O texto original não tenho. Mas tenho a crítica que fiz e decidi posta-la.


Olá meninas,

Fiquei pensando sobre este texto das maçãs e me pareceu bem falar um pouco a respeito. Não sou exatamente menina, mas entro no assunto pela carinho que a Fabiana e já me pediu ajuda antes.
Caso se sintam invadidas em sua privacidade, podem dizer. Paro de falar...


O texto da macieira, maçã e do homem que as colhe é bonito e romântico. Deve ser muito bom pensar que você é uma maçã de boa qualidade que está na macieira esperando para ser colhida pelo homem certo. Dá uma sensação de orgulho não dá ?

Mas este texto encerra em si uma mensagem subliminar que já não cabe na época atual. A mensagem de que a mulher, no processo de conquista amorosa - e por decorrência, no processo de decisão do futuro de uma vida inteira - é um ser passivo. Que o que lhe cabe é esperar que alguém a selecione. Que não lhe cabe procurar ou selecionar, apenas esperar e ser selecionada. Não é isto que o texto diz ? Se você se sentiu uma bonita maçã a sua conclusão não é de que agora deve esperar pelo agricultor ?

Esta mensagem já nos foi propagada por muitas vezes. Basta ver quantos programas de TV nos deixam assim transparecer. Desde cedo inclusive. Quem, por exemplo, nunca assistiu Cinderela. Branca de Neve, Bela Adormecida, ou Rapunzel. Só para analisar, na história de Rapunzel, a mensagem clara é a da espera. O dragão é um mero figurante que nada quer com a Rapunzel, vive num castelo ( o certo não seria numa caverna ?), não sabemos de que se alimenta. Ele apenas personifica a idéia da espera. Rapunzel nada (ou quase nada) faz para se casar com seu príncipe. No máximo, jogou as tranças. Que lindo né ?

Esta mensagem já foi aplicada antes e deu em muuuuuitos casamentos tristes.Tristes porque quando a moça se acha preferencialmente escolhida por fulano, se sente assim honrada, não há espaço na mente dela para sequer pensar em alguma crítica a ele, o príncipe. Ele é o tal que a escolheu, o mais acertado é deixar pra lá os "pequenos" defeitos dele. Além disso, como foi "ele que me escolheu", como "fui tirada por ele da macieira", como posso agora reclamar ? Se a passividade já é impregnada na hora da escolha ela, muito provavelmente, continua na hora dos problemas.

Sei que existem exceções, mas não são a regra. A postura passiva da mulher em relação à escolha do seu conjugue não gera, via de regra, um grande casamento. Todo casamento precisa de ajustes constantes. Se a passividade feminina for quebrada, ótimo. Se não, a tendência é um casamento para a alegria e satisfação do marido. E ela, passiva e "honrada" em ter sido escolhida, vai agüentando o que vier, afinal "ele é meu príncipe encantado e faz o melhor para mim" - vai se convencendo assim a mulher escolhida com as mazelas do casamento.

Se há alguma boa comparação, prefiro faze-la com animais e não com frutas. Escolho mamíferos de grande porte. Se quiserem pensar num, pensem numa gazela, corça, ou leoa por exemplo.

Veja a seqüência dos fatos até a escolha do macho da espécie
1º) Só acontece a procura por um parceiro na primavera. Na época certa
2º) A fêmea começa então a soltar um cheiro que atrai os machos
3º) Ela se coloca no meio, ou próxima a machos que podem ser escolhidos
4º) Eles se manifestam interessados (o cheiro cuidou de criar o interesse)
5º) Não é o primeiro que se oferece que é aceito, há um processo de escolha
A fêmea fica com o que quer. Há um processo, variante de raça a raça, para que o macho mostre que tem valor.
Em algumas raças, os machos se degladeiam entre si. por exemplo.
Em outras a fêmea corre com os macho os seguindo para ver quem está disposto mesmo. (as abelhas tb fazem assim...)
6º) Ao final do "teste" a fêmea fica com o vencedor. Não há testes e testes sem fim. Ela sabe que um dia a primavera acaba

Trazendo para os seres humanos:
Seria bom salientar que nós temos uma diferença enorme para os animais. Nós prezamos a monogamia. Logo, a história acima que se aplica a cada primavera, tem para nós a duração de uma vida inteira. Ou de um casamento inteiro ( pois o conjugue pode falecer ou haver divórcio). Feita a ressalva...

1º) A fêmea procura o parceiro na época certa.
Qual é a nossa época certa ?
Depende de cada um. Quer fazer faculdade e acha que o casamento pode atrapalhar. Não comece a procurar então. Agora já se você acha que não vai atrapalhar e o coração (ou corpo) já clama por um parceiro, comece.
Esteja apenas certa de procurar quando realmente for sua primavera. Não faça antes da hora. Paulo diz: "porque é melhor casar do que viver abrasado " (I Co 7:9b) Se está pronta para casar, comece. Se não acha que é a hora de casar ainda, nem nos próximos anos, não é sua primavera ainda. Espere. Veja o conselho sábio de Paulo.

2º) A fêmea se torna atraente para os homens.
Já vi muitos casos de meninas que reclamam de sua solidão mas que não se cuidam. Meninas, nada melhor há do que colocar uma roupa bonita, pentear os cabelos, um perfume, um andar adequado (sim tem menina que anda como se estivesse desfalecendo de fome - eu não quereria uma assim para mim!), um linguajar adequado. Se está na sua primavera, solte "seu cheiro". Deixe os homens perceberem você. Não reclame deles se eles não lhe verem, se sua postura é apagada no meio de outras que estão mais "acesas".

Não é um competição de exibicionismo. Mas o outro extremo - qual seja o de apagão total, ou simplicidade em demasia - não leva a nada.

Recentemente comentei com uma menina que ela parecia mais jovem do que a idade que tinha. Ela usa roupas que deixam parecer uma idade menor. Ela sabe disso.Ela me disse que outros também assim achavam. E ela estava esperando seu príncipe encantado. Resultado, os que lhe aparecem para cortejar são jovens demais para ela - que só percebem isso quando lhe perguntam a idade - e estes ela não quer. Os da idade certa, julgando que ela é mais nova, sequer lhe procuram. Qual será o resultado disso ?

Se uma gazela não soltar seu cheiro, pode ser a primavera que for que não será procurada por ninguém. Quando muito pelo macho que nada conseguiu com as outras.

Sei que o desejo de todas as mulheres é o jargão básico "que ele goste de mim pelo que sou (interiormente) e não pelo meu corpo". E nesta idéia - correta mesmo - muitas se recusam a utilizar sua beleza como fonte de atração. Mas deixem-lhes dizer que a beleza é aquilo que chama a atenção do homem. Depois de chamada a atenção, durante o namoro é que caberá à moça mostrar a ele que ela é mais do que um corpinho sarado e verificará se ele gosta dela mesmo ou não e então casará com ele ou não a partir da conclusão.

Meninas, guardado o exagero, sejam bonitas, apareçam.

3º) Ela se coloca no meio, ou próxima a machos que podem ser escolhidos
Depois da atitude ativa anterior, segue-se a próxima atitude ativa. Não adianta ficar bonita na reunião do ministério de casais que acontece na sua casa. Lá já é todo mundo casado. Nem na saída de sábado na casa de fulano onde muitos já estão namorando e os solteiros não lhe interessam. Nem na igreja se você acha que ali ninguém mais é interessante. É pintar a Monalisa para guardar no cofre. A beleza que você produziu deve estar à mostra e no lugar certo.

Recentemente conversei com uma moça cuja reclamação era a de que estava com dificuldades de arranjar alguém. Dizia que em sua igreja não havia ninguém que fosse atraente a ela. E continuou reclamando que o tempo estava passando. Meu conselho ? Procure estar em outros ambientes evangélicos. Outros cultos, outras igrejas, outras reuniões. Coloque-se no meio de homens
que sejam candidatos reais e possíveis.

Se todos da sua igreja já lhe são como irmãos e você não freqüenta outros lugares não achará nunca alguém. Só se dará o caso se chegar homem novo na igreja. E aí, já vimos isso, é uma briga de foice entre as meninas.

Outras comentam que procurar no mundo é complicado. O cara tem outras intenções. Pensa em motel primeiro, depois no conhecimento mútuo. Eu concordo que procurar no mundo é complicado. Precisa ter estrutura para agüentar o cara e suas investidas até que se consiga - se conseguir - mostrar a ele a beleza do evangelho e dos princípios cristãos. Se você tem esta estrutura - pense bem se tem - coloque-se então nos ambientes adequados a você. Se não tem, fique em ambientes evangélicos. Mas, por favor, varie. Se na "manada" que costuma ir não há mais ninguém interessante, procure em outra. E eu usei o verbo "procure" mesmo. Porque ? Há algum problema em ser ativa ? Qual ?

4º) Eles se manifestam interessados (o cheiro cuidou de criar o interesse)
Aí depende do cheiro que você exala.
Conheço o caso de menina que perdeu o noivo pois "exalava cheiro ruim". Depois da conquista inicial, o namoro firmado, o casamento marcado ela deitou a ser extremamente franca com o cara e descambou para a grosseria constante. Tudo que não gostava falava. Na verdade não falava, o termo melhor é reclamava veementemente. Resultado: fim do namoro. ( Em especial neste caso, não que os namorados não devam ser francos. Devem. Mas a verdade deve sempre ser dita com carinho. Devemos tratar com carinho e amor o/a nosso/a parceiro/a. E isso não acontecia no caso que citei )

É preciso ver se a qualidade do "cheiro" que se exala. Um cheiro ruim não atrairá ninguém ou talvez somente o cara que tem mau gosto. Já vi afirmações assim: "Ele tem que gostar de mim como sou". É uma frase linda.Ficam algumas perguntas :
a) Você não muda nunca, nem com o passar da idade ?
(Porque não há homem que goste de estar casado com uma mulher de 40 que age como adolescente.)
b) E ele, pode continuar sendo o que é, também ?
c) O casal nunca poderá criticar-se mutuamente ?
Mudar para satisfazer o outro - dentro de limites de racionalidade - é um ato de amor. Um pouco de jogo de cintura não faz mal a ninguém.

Veja a sua volta se os homens não estão preferindo um outro cheiro. Se for dentro do limite do possível e aceitável para você, porque insistir na fragrância que está dando errado ? Talvez você responda : "Por que é assim que sou". Bom, insistir em não mudar é uma opção sua. O preço dela pode ser mais dificuldade de achar alguém.

Mudar é parte do processo da vida. Acredito que você não come mais papinha nem brinca de pique-esconde ou de boneca. Não tem como fugir: estamos em constante mutação, quer queira ou não.Se puder mudar para a direção que ELE espera, não será melhor ?

Isso parece para muitos um absurdo. Se adequar ou mudar para conseguir alguém é muito - alguns pensam...Mas pense por um instante: Quantas vezes você não quis que um determinado sujeito fosse somente um pouco mais isso ou menos aquilo e você ficaria com ele na hora ? Ou quantas vezes nos relacionamentos que teve não fez críticas sugestivas de mudança e melhoria ao seu namorado ? Ora, isso não é pedir exatamente para que ele mudasse ou se adequasse a você ? Qual o mal de você fazer sua mudança também ?

Um relacionamento é, analogicamente, a união de duas engrenagens que pretendem rodar juntos o resto da vida. Acontece que os dentes de uma delas às vezes são de forma diferente do que os encaixes da outra. Ou mudam-se os encaixes, ou os dentes, ou haverá dor freqüente no relacionamento. Cabe a parceiros sábios mudar sempre e sempre sobre a orientação do outro - repito: pesada a plausibilidade de pedido.

5º) Não é o primeiro que se oferece que é aceito, há um processo de escolha.
No caso dos evangélicos tem havido muito problema nesta parte. Via de regra a pressa de achar alguém alimenta a falsa profecia de que ele é “o que Deus separou para mim”. Precisamos nos lembrar que podemos nos enganar. Somos procuradores da perfeição cristã. Não somos perfeitos ainda. Se este é o homem de sua vida, que bom. Casar logo pra que ?

Vou fazer outra pergunta: Demorar a casar pra que ? Vou responder a esta.O casamento é uma grande mudança na vida dos dois. Em vários aspectos: financeiro, familiar, profissional, vida amorosa e sexual. Casa pra cuidar, dinheiro a ganhar, marido/esposa a atender, trabalhar o dia inteiro e depois ainda ter que cuidar de muitas outras coisas. Alguns tiram de letra, outros não. Muitos de nós, que estamos de fora do casamento, podemos ver o casal "X" e pensar como eles se dão bem né ? Mas você não dorme com eles, dorme ? Você não tem uma câmera na casa deles para ver eles na intimidade do lar, tem ? Tenho ouvido e sabido, pastoralmente, de casos complexos de casais que todos acham um amor de casal. Os problemas acontecem e muitas vezes não sabemos.

Dado que o casamento é uma grande mudança, quanto mais pudermos fazer para minimizar os problemas advindos desta mudança, melhor. Algumas decisões:Verifica-se se o(s) emprego(s) dá(dão) uma renda suficiente; compra-se ou começa-se a compra do apartamento para não ter que ficar pagando aluguel; Defini-se quando terão filhos e a quantidade; e outras coisas.

Ora, uma das situações mais comuns de problemas no início do casamento é justamente o ajuste inicial entre as partes. Uma coisa era se ajustar no fim de semana no cinema. Ou no culto e na EBD. Outra é ter que conviver com as diferenças - ainda não resolvidas - todo dia o dia todo.

Quando namorando, dado um problema, a noite sozinha no quarto na casa na mamãe ajuda muito a resolver o problema. E agora, casada, que a noite será acompanhada DO problema ? Como fazer ?

Respondendo à pergunta inicial, um namoro mais longo permite diminuir – mas não acaba - as surpresas do dia-a-dia de casados. Como conseqüência, diminui muito as dores e sofrimentos.Ora se é ele mesmo o cara que Deus lhe deu, porque a pressa ? Ele vai fugir ? Mas Deus não lhe deu ele ? E o abrasamento não pode ser o motivo da pressa.

Não estou afirmando que namoros rápidos geram casamentos fadados ao divórcio. Mas afirmo que namoros rápidos são - via de regra - fonte de problemas futuros. E não venham me dizer "eu conheci também fulano que namorou 10 anos e o casamento não durou 1 mês". Não devemos, para sermos sábios, usar a exceção como algo que paute a nossa vida. Soube de um cara cujo para-quedas não abriu e ele, caindo na neve fofa, não morreu. Você quer tentar ?

6º) Ao final do "teste" a fêmea fica com o vencedor. Não há testes e testes sem fim.
Outro ponto importante é não acreditar numa primavera sem fim. Há um momento de testar, de procurar, de deixar os homens mostrarem seu valor. Mas há o momento de se decidir. E a decisão é a seguinte: Caso agora com este cara que não é 100% o meu sonho de homem ou continuo procurando, com a possibilidade de não encontrar outro ?

Esta decisão é sua sempre. Nem minha, nem de seus pais, nem de suas melhores amigas. Mas a conseqüência também é inteiramente sua. Pense nisso.

Sempre digo que os homens 100% são difíceis de se encontrar: Primeiro porque não existem. Todos são problemáticos. Acontece que parecem existir porque a grama do vizinho é sempre mais verde. Segundo, supondo que existissem, provavelmente seriam peças raras e não ficariam por aí dando bobeira para você. Alguém já casou com ele antes.

Voltando a flexibilidade, não exija 100% de perfeição deles. Você é 100% perfeita ? Seja flexível no que for possível. Um homem 80% príncipe é melhor que um vazio 100%.

Hoje vemos casais de certo tempo de casados em que achamos que eles são perfeitos e se dão muito bem. Consideramos que um teve a sorte de encontrar o outro. Que ele é tão perfeito e gostaríamos que existisse um dele para mim. Mas muitas vezes não sabemos que ele não era assim. O relacionamento os levou à perfeição como casal. A esposa casou com um cara 70% e dia a dia, amor a amor, foi elevando seu percentual de príncipe, de perfeição. Foi trabalhoso. Mas o resultado valeu a pena.

Como já disse, o relacionamento é um contínuo ajuste. Um cara 70% pode vir a ser 100%, basta você querer pagar o preço.


Finalizando:
Já fui jovem, procurei, namorei, desmanchei, tentei voltar, ela não quis, chorei, procurei outra, .....,...,...,... (a história se repete algumas vezes), achei a Denir, que não era (olha o verbo no passado!) 100% e casei. Sei que é tudo muito difícil. Escolhas que decidirão nosso futuro são sempre difíceis.

Tentei falar um pouco do que aprendi, li e conheci. A quem quiser e precisar, já dissemos antes, eu e Denir estamos à disposição.

Espero ter ajudado. Não consegui me calar frente ao texto das maçãs.

A quem não gostou de algo, perdoe-me. Espero receber, com amor, suas críticas.

Deus abençoe a todas
Um beijo carinhoso

Roberto Rocha
Por ora, Pastor Seminarista da I.M. Copacabana

"Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas,
diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças" Fl 4:6

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

O Bilhete Premiado

O intuito era obter o maior número de clientes possíveis. Quanto mais clientes, maior seria o sucesso alcançado. Quanto maior o sucesso, maior seria a clientela e seguiria-se uma roda de crescimento. Ele queria ser grande.
Faltava o argumento convencedor. Algo que iria fazer as pessoas desejarem o produto. Já havia muita concorrência, diversas técnicas de propaganda e recursos variados para atrair o público. Algo novo precisava ser feito para ser diferente. A novidade seria sua estratégia.
Vender bilhetes de rifa demandava muito trabalho e o lucro obtido em cada venda era muito pouco. Precisava vender uma grande quantidade para que o resultado valesse a pena todo o esforço.
Tomou uma decisão simples: O bilhete a ser vendido seria um bilhete premiado. Ótimo. Além de atrair uma multidão – um de cada vez, claro – ainda poderia vende-lo por um preço mais alto. Teria que inventar uma história. Mas isto não era a parte mais complicada. O ser humano, curioso como só ele, se enreda facilmente em contos bem desenvolvidos.
Fez a trama. Uma história sobre um bilhete supostamente viciado que lhe parou nas mãos mas que não poderia pegar porque seria muito suspeito. Precisava de alguém que não fosse da família e coisa e tal. Simples, bem engendrada.
Funcionava. Num mundo de muitos trabalhos diários, salários baixos, dificuldades financeiras, de transporte, de saúde, pouca educação e sofrimentos, a promessa de qualquer ganho extra atrai muita gente. E muitos caiam na história dando boas quantias por uma promessa. Era a fé do povo em ação. Claro que um ou outro daqueles bilhetes de rifa acabava mesmo sendo premiado, mas eram poucos.
O homem ficou rico vendendo resultados que não podia garantir. Na hora da promessa usava de argumentos e palavras de efeito que não tardavam em ludibriar e deixar o cliente sonhando seus sonhos de sucesso embriagado de beber pelo ouvido.
Com muito cuidado escolhia palavras de sentido amplo, pouco definidas, abertas demais mas cuja interpretação era uma e certa na hora de vender. Mas, as escolhia assim pois quando cobrado dizia que o que disse com aquela palavra foi aquilo outro, um outro significado, agora menos certeiro sobre a promessa do recebimento. Palavras ardis e selecionadas a dedo.
Ele sabia que sempre tinha que ter uma explicação para a freqüente não obtenção da promessa. Com isso, conseguia duas coisas importantes. Em primeiro lugar, não tinha um cliente chateado com razão, pois dizia que foi ele – o cliente - quem entendeu mal o que lhe foi falado, ou que não fez direito o que lhe foi dito. Em segundo lugar, se usasse de boa palavra, poderia vender outros bilhetes para o mesmo cliente. Supimpa. Tudo certo. Riqueza a custa dos outros.
A arte de vender promessas é antiga. Atrai e vende. Vende muito. Prometer coisas é sério. Bom seria se só prometesses-mos aquilo que se realizaria de fato.
Encontrei em minha igreja pessoas que esperavam promessas de coisas mirabolantes e bem além do Evangelho de Cristo. Neguei-me a prometer aquilo que não tenho certeza que Deus cumprirá. Dizer que “Profetizo tal e tal coisa sobre sua vida” sem que Deus tenha me mandado não consigo fazer. Quem sou eu para afirmar em nome de Deus que Ele fará as coisas que Ele não disse ? Acaso sou o oleiro, ou o vaso ? (Is 64:8) Pode o vaso dizer ao oleiro como deve ser feito ? (Is 29:16) Tenho temor do Senhor que me leva a não conseguir colocar palavras na boca Dele. Sim, Ele prometeu muitas coisas e estas eu divulgo. Mas tem-se prometido e esperado coisas que Ele não disse.
Claro que isso não atrai gente. Claro que os que esperavam grandes promessas se viram desamparados. Claro que sentiram falta. E fui cuidar deles. Explicar-lhes que melhor seria serem crentes maduros do que crianças na fé.
Sigo o firme propósito de ser imitador de Cristo (I Co 11:1). Cristo que não centrou sua mensagem na promessa de coisas terrenas, mas nas celestes. (MT 6:2) Não no ganho de hoje, mas na vida eterna. Não na pax que o mundo dá (paz esta baseada no poder e na riqueza), mas naquela que excede o entendimento. Será que uma casa na praia deve ser o objetivo do crente ?
Há muito líder vendendo promessas de realização daquilo que não é certo que se cumprirá. E quando não acontece, a culpa em geral é do fiel. Mas – afirmam – tente de novo, uma nova campanha, uma nova oferta e agora dará certo. Até quando ?
Até a hora que o fiel cansado de promessas já não quererá mais saber de Deus ou qualquer dos seus porta-vozes. Ele vai embora, levá-lo a Deus de volta será difícil. Tornar-se-á mais um pertencente a um grupo que não para de crescer: Os sem religião.
E o líder ? Em geral nem toma conhecimento. O fiel saiu pela porta dos fundos, mas outros novinhos em folha estão entrando pela porta da frente.
Deus tenha misericórdia dos que prometem o que não deveriam!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Metade da laranja

Dizem que encontrar um amor é como unir duas metades da laranja. Que a outra pessoa se encaixa conosco como duas metades de uma mesma laranja se encaixariam. Não sei ao certo. Primeiro porque mesmo que assim fosse, sempre ficaria a marquinha da união (já reparou qualquer objeto plástico fechado a marquinha na junção das partes ?)
Acredito que casamento está mais para juntar uma metade de uma maçã com a metade de uma laranja. Sim, uma maçã cujo formato não é plenamente circular com a laranja mais certinha. Com o topo da maçã afundado junto ao da laranja mais elevado. Sim, uma junção que sempre terá partes sem encaixes perfeitos.
Quem pensou em união perfeita provavelmente não é casado.
União perfeita acontece no plano dos contos de fadas, das imagens poéticas, dos sonhos de meninas românticas.
Quem já viveu um tempo casado sabe que não há casamento sem problemas.
No plano real acontece de tudo um pouco e quem está casado sabe das diferenças.
Homens e mulheres não são iguais em muitas coisas.
Tenho recebido muitos emails. Vários deles são lixo puro. Minha caixa postal sempre aparece abarrotada com vários emails que somente pelo título já posso dar "delete".
Mas, num dos que acabei vendo encontrei um arquivo do powerpoint sobre a diferença entre homens e mulheres. Era uma arquivo muito engraçado com as diversas diferenças típicas. Como este, vários arquivos e textos circulam na internet. Lembra-se do sucesso "Homens são de marte e mulheres são de vênus" ? Somente se tornou um best seller porque todos concordam com a premissa básica do autor: Há diferenças entre homens e mulheres.
Assim, volto à maçã com a laranja.
Os pensamentos diferem em muito em vários planos: Filhos, trabalho, lar, diversão, compras, amizades, sexo, família, dinheiro. A lista é imensa. Basta dar um tópico e com certeza há diferenças típicas.
O que fazer então ?
Esta pergunta de fato esconde uma premissa que é falsa. Supôe a pergunta que o bom casamento só acontece quanto há unidade de pensamento entre os conjuges.
E este é o problema.
O problema não é a diferença de pensamentos. O problema é a tentativa frequente de ambas as partes de que o outro seja ou reaja igual ao como eu seria ou reagiria.
As diferenças são a vantagem. São o pulo do gato de Deus. São o ponto onde o casal maduro aprende a conviver com elas e se aproveitar delas. É nas diferenças que podemos ver outros pontos de vista, outras formas de resolver uma questão, outras formas de pensar.
No meu casamento muitas vezes disse à minha esposa para resolver esta ou aquela questão, sabendo que naquele ponto, ela se sairia melhor.

Prefiro pensar na laranja e na maçã pois dá um suco mais rico, com mais sabor, melhor. Basta estar disposto a experimentar a mistura e não querer que a maçã seja uma laranja ou a laranja uma maçã.